Série: Meus amigos de lá

Passei quase todo o ano de 2015 em Nairobi, capital do Quênia, onde incorporei ações voltadas para o desenvolvimento econômico familiar em comunidades.
Por lá, construí amizades que levo até hoje, assim como algumas imagens que não fotografei.
A seguir, apresento três fotografias desta série, são lugares por onde andei todos os dias, e que iniciam a minha pesquisa visual sobre a alteridade, experiências pessoais e que transcendem o meu itinerário. 

Kibera, 2015 [ Série: meus amigos de lá ] fotografia digital pb, 28 × 28 cm

Caminho de casa, 2015
[ Série: meus amigos de lá ]

fotografia digital colorida
28 × 28 cm

Pula cordas em Mathare, 2015
[ Série: meus amigos de lá ]

fotografia digital colorida
28 × 28 cm

Série: Contato

Em 2017, desenvolvi a série de instalações Contato. Através da justaposição de elementos díspares, busco instigar no observador a reflexão sobre a suspensão e o equilíbrio. Metáforas da nossa busca constante por estabilidade num mundo em fluxo, a materialidade dessas obras visa transcender a representação, convidando a uma experiência sensorial e efêmera.
A série faz parte do cânone da minha pesquisa que estuda a subjetividade, e convida à reflexão sobre os contextos que completam as nossas assimetrias.

Contato 01, 2017 [ Série: contato ]
prego inox pintado de branco, bastidor de madeira 27cm, corda náutica de polipropileno coral 8mm x 4 m

instalação, 80 × 32 cm 

Contato 02, 2017 [ Série: contato ]
prego inox, presilha jacaré em níquel, corda com alma em nylon indigo 0.2 cm x 150 cm, 2 post-its 5x5 cm, lâmpada.

instalação, 35 × 10 cm 

Série: O que me restou

Ao viver com oito gatos, adentrei um mundo onde o excesso felino desafiava minha própria escassez. Na convivência com suas garras e silêncios, aprendi que desejar intensamente não garante possuir.
Colagens, vídeo, instalações e fotografias então, tornaram-se mapas de fragmentos que traduzem a tensão entre o ter e o querer, espelhando a condição do desejo, preso entre o excesso e a ausência.
A série faz parte do cânone da minha pesquisa que é friccionada pela observação e pela análise das relações.

Raul Dantas, sem título, 2017 [ Série: o que me restou ]
happening, leite e água derramados na calçada
fotografia digital pb 37 × 65 cm 

Moi Moi, 2018
[ Série: o que me restou ]

colagem sobre fundo de cartaz 400g
fotografia digital 42 × 29 cm 

sem titulo, 2018 [ Série: o que me restou ] fotografia digital,  100 × 80 cm 

sem titulo, 2018
[ Série: o que me restou ]

assemblage, espuna sintetica, seda natural e folhas

fotografia digital editada
22 × 29 cm

Um fim de semana no Rio, 2018 [ Série: o que me restou ]
colagem multidimensional, cartazes 200g, filme 35mm, glitter e câmera Yashica Electro 35 GSN
fotografia digital 40 × 100 cm  

Where's love? - Onde está o amor? Vídeo 33 segundos, 2018

Além de uma pergunta, trata-se duma espécie de confusão intrínseca a nós mesmos, seres humanos. A analogia imagética feita com as câmeras de segurança que vigiam determinados lugares nos quais identificamos algum valor, nos põe a questionar quais lugares são esses onde nada passa despercebido e tudo pode ser registrado e acessado. E se pudéssemos capturar o amor como uma espécie de imagem, mesmo com um vulto ou como imagem tridimensional e viva, como um som que ao se anunciar acontecesse dentro de nós em loop infinito, saber onde acessar, como uma espécie de gravação e dilatar ao mesmo tempo em que as lembranças se descolam.

Raul Dantas, Fuga, 2022 [ Série: o que me restou ]
instalação,  janela fechada com vidros quebrados sobra a calçada
fotografia digital 106 × 80 cm    

Série: soNho aMbulante 

Entre os 13 e 20 anos, trabalhei no comércio informal em Sergipe. Mais de uma década depois, vivi como nômade em diversas cidades do Brasil, onde capturei essas fotografias em Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. Os registros evocam um universo visual vibrante, revelando aspectos essenciais de nossa identidade e resistência.
Intitulada "soNho aMbulante", a série propõe uma reflexão sobre a vida de trabalhadores informais, frequentemente chamados de vendedores ambulantes, camelôs e sacoleiras, e expõe as assimetrias presentes em nossas estruturas sociais.
As letras em caixa alta no título são em memória do comerciante senegalês Ngange Mbaye, que perdeu a vida em uma abordagem policial no Brás, em São Paulo, em 11 de abril de 2025. A série dialoga com o cânone da minha pesquisa que, investiga a alteridade, experiências pessoais e que transcendem o meu próprio itinerário. 

Sarapintado, 2022 [ Série: soNho aMbulante ] fotografia analógica 35mm, 38 × 55 cm 

Pedegroso, 2022 [ Série: soNho aMbulante ] fotografia analógica 35mm, 38 × 58 cm 

Rua Chile Salvador Bahia, 2023
[ Série: soNho aMbulante ] fotografia digital
20 × 30 cm 

Desejo de Menina, 2023 [ Série: soNho aMbulante ] fotografia digital, 106 × 80 cm  

Biquíni, 2024 [ Série: soNho aMbulante ]
fotografia digital, 43 × 32 cm


Raul Dantas
Bandeja Esquálida, 2024 [ Série: soNho aMbulante ] fotografia digital
100 × 80 cm 

Raul Dantas
Cédulas, 2025
[Série: soNho aMbulante}
fotografia digital
100 × 80 cm  

Raul Dantas, Vinte e cinco de maio de dois mil e vinte cinco, 2025
[ Série: soNho aMbulante ]
fotografia digital 90 × 80 cm

Série: Naturalmente

Jardins, deliciosamente esses habitats podem burlar olhos desatentos, ocultando sua verdadeira construção planejada.
A beleza aparente convida à reflexão, sobre o que é concebido como natural em nossa estética diária, e dá luz a dualidade entre o selvagem e o cultivado, que é o cerne da série.
A natureza, em sua vastidão e riqueza ambiental, é um “jardim natural”, que exige reconhecimento de que a proteção é também um ato de criação humana.
A série Naturalmente, faz parte do cânone da minha pesquisa que elucida possibilidades e tensões, sobre como interpretamos o espaço e convivemos com a natureza.

Jardim 01, 2023 [ Série: Naturalmente ] fotografia analógica 35mm, 29 × 45 cm  

Jardim 02, 2023 [ Série: Naturalmente ] fotografia analógica 35mm, 29 × 45 cm  

Jardim 03, 2023 [ Série: Naturalmente ] fotografia analógica 35mm, 29 × 45 cm  

Jardim 04, 2023 [ Série: Naturalmente ] fotografia analógica 35mm, 29 × 45 cm  

Jardim 06, 2023 [ Série: Naturalmente ] fotografia analógica 35mm, 29 × 40 cm  

Série: Não-coisa

Algumas conexões afetam apenas um ou dois órgãos, enquanto outras reverberam por todo o organismo. Essas instalações efêmeras e urbanas abordam a dificuldade de descrever e reconhecer sentimentos.
Ao empregar elementos antagônicos, exploro perspectivas que se excluem mutuamente e geram conflito. Peso e leveza, luz e escuridão, interagem sutilmente nesta série, expandem cenários e reinterpretam o espaço. Desafiando o cânone da minha pesquisa sobre interdisciplinaridade nas arte visual. 

Raul Dantas
duas gramas por habitante, 2023
[ Série: Não-coisa ]

instalação

folha de ouro amassada na sarjeta

fotografia digital
29 × 36 cm  

Raul Dantas
lá dentro, 2023
[ Série: Não-coisa ]

assemblage e instalação

tubo de metal batido entre paralelepidedos

fotografia digital
29 × 36 cm  

Raul Dantas, o fundo do poço é aqui, 2023 [ Série: Não-coisa ]
instalação
tampa de poço invertida na rua
fotografia digital 80 × 106 cm 

Raul Dantas,
tá, eu fico., 2023
[ Série: Não-coisa ]

assemblage e instalação

pedestal organizador, fita sinalizadora e corrente de segurança

díptico, fotografia digital,
22 × 29 cm  

Raul Dantas,
tá, eu fico., 2023
[ Série: Não-coisa ]

assemblage e instalação

pedestal organizador, fita sinalizadora e corrente de segurança

díptico, fotografia digital,
22 × 29 cm 

Raul Dantas, o peso sobre nós, 2023 [ Série: Não-coisa ]
assemblage e instalação
pedaço de asfalto e fita sinalizadora sobre calçada
fotografia digital 22 × 29 cm  

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